domingo, 9 de novembro de 2008

se eu fosse...

Se eu fosse um mês seria Março que faz calor, mesmo assim chove torrencialmente;
um corpo celeste eu seria a Lua, que depende da luz dos outros pra brilhar, tem muitas fases, mas não nos cansamos de admirar mesmo sabendo disso;
uma hora seria seis horas da tarde que é quando as coisas começam ou acabam e o céu já está escurecendo num alaranjado melancólico;
uma bebida, o vinho, que depende da pessoa para o efeito;
um instrumento musical eu aposto no Piano, que pode assumir o ritmo que for, mas é sempre romântico e mesmo nas batidas mais alegres ele traz uma tristeza existencial;
uma fruta, o limão e um sabor, o seu, já que é azedo, ácido no entanto, viciante;
uma sobremesa, brigadeiro, todo mundo ama, mas engorda e uma hora faz mal;
uma comida, doces enjoativos pelo mesmo motivo da sobremesa ser o brigadeiro;
uma parte do corpo, olhos que a tudo e todos observam e passam mensagens que independem das palavras;
um cd, My December da Kelly Clarkson, que mostra todas as faces dum mesmo amor que não dá certo apesar da beleza;
uma canção, Fullgás do Lulu Santos, pois sempre temos alguém que fazem e são tudo que nós temos e um dia temos que nos ver sem ele/ela;
Se fosse uma matéria de escola, seria História, é chato, mas é verdade e pode tornar-se interessante se você parar alguns instantes a mais para observar;
um esporte, futebol é violento, sem sentido, mas amamos nem sabemos o porquê;
um time, o Corinthians e isso por questões de gosto mesmo.
se fosse uma idade? 15 anos, em seus sonhos, amores, alegrias e vontades únicas;
uma cor o Vermelho hipnotizante que significa o amor dos corações e a guerra nas pinturas indígenas;
uma cidade eu seria São Paulo, rápida, séria, sarcástica, malvada, mas bela e alternativa;
um país, Brasil, bonito, útil, mas preguiçoooooso...
uma invenção, o telefone.
um filme, acho que eu seria De repente é Amor, pra quem conhece é previsível e pra quem nunca viu é uma caixinha de surpresas;
um programa de TV, House M.D. com o lado cultural apesar de toda canastrice, babaquice e afins;
um livro, Aos Meus Amigos da Maria Adelaide Amaral, porque É PRECISO CAUSAR ESCÂNDALO, não acha?
um sentimento, a Amizade, que é o amor que nunca morre;
uma virtude, Sinceridade que também pode ser perigoso apesar de necessário;
um defeito, a Impulsividade;
uma atriz, Ana Webster, pois não me trocaria por ninguém no mundo apesar da falta de fama;
um ator, Rafael Melo, apesar de não me trocar por outro alguém no cosmos, nos trocamos por quem amamos dia-após-dia;
uma mulher bonita, Paula Toller, e todas as características emocionais que eu também possuo, "minhas palavras não são tão doces", como a própria disse na música "A Palavra Forte";
um homem bonito, Hugh Laurie, aparentemente feliz, mas cheio de problemas;
Por fim se eu fosse uma frase eu seria uma que dissesse que tudo passa, menos o que sentimos.

Ou Não.

sábado, 8 de novembro de 2008

Apelo.

Não consigo mais lembrar
Das coisas felizes que vieram antes de você
São todas tão pequenas perto das nossas
Que fica fácil de se esquecer.

Sempre tive o controle sobre o que eu senti
Mas quando percebi
Não havia mais controle algum
Dos outros amores não restou vestígio nenhum.

Quero você de volta,
Apesar de ter sido eu a terminar, por ser egoísta.
Falta seu abraço ao meu redor

Uma parte de mim eu arranquei à força
Agora me pergunto:
Onde estão nossas gotas de suor,
Nossas juras no silêncio
E nossos gritos de prazer?

Tudo ecoa,
Eterniza,
Vira tatuagem em mim.
Volta pra mim?

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

corazón partío.

"...Después de la tormenta siempre llega la calma,
Pero, sé que después de ti,
Después de ti no hay nada..."

é Fixação do Kid Abelha, em todos os lugares eu vejo o rosto dele, não pode ser normal.

Nosso amor era música, teatro e poesia, and now he's gone, his kiss, his smile, his perfume...


As pessoas quando amam perdem um pouco de si próprias, é muita exigência para com o outro é muita doação, muita entrega. Quando acaba, não resta nada, tudo que foi dado com tanto fervor, não volta jamais. Fica tatuado, marcado à ferro, nada apaga. Na vida devíamos todos ter uma chance à mais, um dia para voltar atrás, um mês de amor pleno e pelo menos um segundo para poder despedir-se de quem se ama e nunca temos a chance de fazê-lo.

"...¿Quién me va a entregar sus emociones?
¿Quién me va a pedir que nunca le abandone?
¿Quién me tapará esta noche si hace frío?
¿Quién me va a curar el corazón partío?..."

Não existe mais existência sem ele, e eu lhe disse isso quando começamos a ficar. Tolo fui eu que amei demais.
E todos nós pecamos por esse mesmo erro compreensível e irreversível. Um grande amor não se acaba como espumas ao vento.
Eis mais uma música que me lembra ele. Maldita seja a música que vive em mim desde a barriga de minha mãe e agora me aproxima dos momentos mais sublimes de minha existência que passaram.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

o pêndulo

Hoje numa aula de física, sim daquelas que eu não costumo prestar lá muita atenção, porém algo chamou-me atenção.
Meu professor, ensinou sobre Pêndulos Simples, e uma hora disse que nossas emoções eram como um pêndulo e que isso era uma teoria da Psicologia, então parei para ouvir, afinal irei escutar isso só por todo o resto da minha vida - assim pretendo.

Ele disse que num pêndulo se a amplitude da ida é grande, a volta será na mesma amplitude, ou seja, grande. E que nossas emoções também são assim, se somos pouco alegres, somos pouco deprimidos, tanto que as pessoas mais deprimidas são os palhaços, pois por tanto espaço de tempo eles são obrigados a ser TÃO FELIZES por todo mundo que quando toda máscara tingida cai, eles rendem-se à volta do pêndulo, na mesma medida.

Me vejo na mesma situação, minha indumentária de realização plena era tão perfeita, tão estável, tão eterna. E passou trazendo o pólo oposto, numa das mais decadentes depressões, olhando tudo por baixo.

Onde estão meus dias felizes? Onde está meu ano de 2008? Amei tão enlouquecidamente, ri tão fervorosamente, me entreguei tão ferozmente para agora estar sozinha, cercada de pessoas que eu não faço mais idéia se posso ou não confiar.

É o MALDITO PÊNDULO!
Daria todo meu ar, arrisco todo meu ouro, como diria Paula Toller, por sentimentos plenos como os que eu tinha até algumas semanas atrás. Eu queria congelar tudo e todos só para estar ao lado dele, respirando o mesmo ar, vivendo na mesma página do mesmo livro. Estamos apenas na mesma prateleira, do mesmo leitor e este não consegue ler duas coisas ao mesmo tempo, ele tentou, embaralhou as histórias e está pondo-as novamente separadas e eu e ele, somos de histórias diferentes.
Ele vem de um romance vitoriano, o mocinho rebelde, e eu venho de uma comédia teatral, a vilã atrapalhada que fica sozinha no final.

Pego minha caneta, e reescrevo minha história, entretanto, o título ainda é "A Solitária Maria Luíza".

Acho que junto da felicidade perdi a coerência, pois o que foi minha grande epifania, sumiu como se eu tivesse alzheimer.

domingo, 2 de novembro de 2008

amores mortos.

é incrivel como um amor pode morrer tão rápido quanto nasce.
e outros não morrem nem se tentarmos.

existem amores de anos que são mornos e passam com uma facilidade que não se imaginava, porém existem outros, que duram pouco em dias, são mais intensos que qualquer outro sentimento e não curam, como um mal congênito.

Carlos Drummond de Andrade, disse que o amor antigo vive de si mesmo e nada espera.
Isso é a mais pura verdade, mas nunca se ouve falar sobre amores rescentes, coisa de dois meses, veio, passou, você não entende nem pretende entender.

como aquela música Imbranato, do Tiziano Ferro, sabe?
"...Scusa se ti amo e se ci conosciamo
Da due mesi o poco più
Scusa se non parlo piano
Ma se non urlo muoio
Non so se sai che ti amo..
Scusami se rido, dall'imbarazzo cedo
Ti guardo fisso e tremo
All'idea di averti accanto
E sentirmi tuo soltanto
E sono qui che parlo emozionato
E sono un imbranato!
E sono un imbranato!..."

então, nesse dia de finados, faço uma homenagem às pessoas que se foram e também aos sentimentos finados.

"Envelhecer é isso: contabilizar as perdas", Pedro Novais (Aos Meus amigos, Maria Adelaide Amaral)

essas perdas são das pessoas que nos deixam, dos sentimentos que mudam, dos amigos que se tornam outros e somem.
olá dia de finados, até o ano que vem.